
Vídeos gravados por operários da obra de reconstrução da Ponte Juscelino Kubitschek, que liga os estados do Tocantins e Maranhão, começaram a circular nas redes sociais nessa terça-feira, 5, trazendo à tona um cenário de insatisfação generalizada entre os trabalhadores. As imagens revelam denúncias graves sobre salários atrasados, não pagamento de horas extras e a ausência de adicional de insalubridade, mesmo diante da exposição a condições severas de trabalho, como o sol escaldante e atividades de alto risco.
Segundo relatos, muitos operários estão há quatro meses sem receber integralmente os valores acordados. Um dos trabalhadores afirma em vídeo:
“Está com quatro meses que não paga. A gente não aguenta mais trabalhar nessas condições.”
Diante do impasse, os operários decidiram iniciar uma paralisação geral na manhã desta terça-feira, interrompendo os serviços e comprometendo o cronograma oficial, que previa a conclusão da obra em dezembro de 2025.
A reconstrução da ponte é acompanhada com atenção pela população dos dois estados desde a tragédia de 22 de dezembro de 2024, quando o desabamento da antiga estrutura provocou a morte de 14 pessoas e deixou três desaparecidos. A ponte desabou enquanto veículos trafegavam, gerando comoção nacional e a necessidade urgente de estabelecer uma nova conexão entre Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO).
Desde então, a obra tem sido tratada como prioridade estratégica pelo governo federal, não apenas por seu impacto logístico, mas também por seu peso simbólico diante do luto coletivo da região.
Procurado pela imprensa, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsável pelo contrato de execução da obra, enviou nota reconhecendo a paralisação e afirmando que está em diálogo com o consórcio Ponte de Estreito, empresa responsável pela construção.
“O DNIT informa que as obras do contrato nº 00.00958/2024, executadas pelo Consórcio Ponte de Estreito, estão sendo devidamente acompanhadas pela autarquia, tanto em seus aspectos técnicos quanto administrativos”, diz o comunicado oficial.
Em relação à paralisação, o órgão esclarece que a apuração das horas extras será feita caso a caso, com o compromisso de esclarecer dúvidas e garantir os direitos trabalhistas.
O DNIT também assegurou que continuará fiscalizando o cumprimento integral do contrato, com atenção especial não apenas ao cronograma físico e financeiro da obra, mas também ao respeito às obrigações trabalhistas assumidas pelo consórcio.
Embora o DNIT não tenha se manifestado sobre um possível impacto direto no cronograma de entrega, fontes ligadas ao canteiro de obras avaliam que a greve poderá atrasar significativamente o andamento dos serviços, já que ocorre em uma fase crucial de execução.Vídeos gravados por operários da obra de reconstrução da Ponte Juscelino Kubitschek, que liga os estados do Tocantinse Maranhão, começaram a circular nas redes sociais nesta terça-feira (5), trazendo à tona um cenário de insatisfação generalizada entre os trabalhadores. As imagens revelam denúncias graves sobre salários atrasados, não pagamento de hora

Brener Nunes
Repórter
Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins
Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins