
Em nota encaminhada à imprensa, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que foram registrados seis casos de sarampo, com amostras laboratoriais IgM reagentes, analisadas pelo Laboratório de Saúde Pública do Estado do Tocantins (LACEN-TO), no município de Campos Lindos, a 560km de Palmas. Até o momento, 660 pessoas estão sendo acompanhadas no município, 282 casas foram visitadas e 644 doses da vacina foram aplicadas. Além disso, a Pasta enviou nota técnica aos 139 municípios e um informativo com todas as orientações necessárias às áreas de vigilâncias municipais.
Além disso, são considerados pelo quadro sintomático relatado às equipes de saúde, mais três casos, os quais não há possibilidade de testes sorológicos e mais três tiveram amostras coletadas na quinta-feira, 24, ainda em análise laboratorial.
As amostras reagentes são: de uma criança de quatro anos, sexo feminino; uma adolescente de 15 anos, duas mulheres de 24 e 29 anos e dois homens de 21 e 27 anos. Os três casos clinicamente prováveis são: um homem de 27 anos e duas crianças do sexo masculino com idades de um e três anos. Já os três casos em investigação tratam-se de: duas crianças do sexo feminino, ambas com um ano e uma mulher de 30 anos.
Todos os casos têm históricos de contatos com pessoas que estiveram em viagem por país onde o vírus circula; não vacinados; manifestaram sintomas clássicos e em cuidados domiciliares.
A SES-TO informa que as amostras reagentes no Tocantins foram enviadas para a referência em análise e confirmação da doença no país, o laboratório da Fiocruz, no Rio de Janeiro, sem prazo para a devolutiva.
Medidas de contenção
Logo que teve conhecimento da suspeita de casos, na sexta-feira, 18, a SES-TO deslocou profissionais de vigilância em saúde, para as ações de contenção necessárias, como orientações de isolamento e vacinação dos contatos das pessoas confirmadas. Atualmente, a Pasta conta com 10 técnicos que juntamente com quatro profissionais do Ministério da Saúde (MS) e as equipes municipais fazem o trabalho de campo.
A doença
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, altamente transmissível, por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Ao ser contaminado, o paciente tem de sete a 14 dias de período de incubação e a transmissão pode ocorrer entre seis dias antes e quatro dias após o aparecimento dos sintomas que compreendem corpo e febre alta, exantema maculopapular (manchas avermelhadas), tosse, coriza e conjuntivite. Podem ocorrer complicações como pneumonia, encefalite e óbito.
Prevenção
O sarampo tem prevenção por vacinação e na rotina dos serviços de saúde, todas as pessoas de 12 meses a 59 anos de idade têm indicação para serem vacinadas e o Sistema Único de Saúde (SUS), oferece gratuitamente, as vacinas tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). Além das doses de rotina estabelecidas no Calendário Nacional de Vacinação, a imunização para o sarampo pode ser indicada para crianças de seis meses a menores de um ano, em localidades com o surto da doença. Adolescentes e adultos não vacinados ou com esquema incompleto contra o sarampo devem iniciar ou completar o esquema vacinal de acordo com a situação encontrada.
No Tocantins, a vacina tríplice viral é a mais disseminada e teve cobertura vacinal em 2024, de 93% na primeira dose e apenas 80% na segunda e o preconizado é de 95% da população alvo imunizada. Em 2025, até o momento, 86% com a primeira dose e 55% com a segunda. Todas as mais de 300 salas de vacinação do Estado estão devidamente abastecidas com o referido imunizante.
Além da vacinação, o isolamento é outra forma de evitar a transmissão. Desta forma, a pessoa com suspeita ou confirmação de sarampo deve evitar a ida ao trabalho ou escola por pelo menos quatro dias, a partir da data de aparecimento do exantema, além de evitar o contato com pessoas que são mais vulneráveis à infecção, como crianças pequenas e mulheres grávidas.
Outras medidas para evitar a transmissão são: limpeza regular de superfícies; isolamento domiciliar para a pessoa que estiver com suspeita no período de transmissão; distanciamento social em locais de atendimento de pessoas com suspeita da doença; cobrir a boca ao tossir ou espirrar e o uso de lenços descartáveis e higiene das mãos com água e sabão, e/ou álcool em gel.
Tratamento
Não existe tratamento específico para o sarampo e os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença. A orientação da SES-TO é procurar o serviço de saúde mais próximo, caso apresente os sintomas, para a prescrição médica adequada.

Brener Nunes
Repórter
Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins
Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins