Relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos) afirmou em entrevista ao jornal O Globo que sua condução será marcada pelo equilíbrio e pela independência, sem blindar aliados políticos ou adversários. O parlamentar destacou que as convocações da CPI envolverão todos os nomes mencionados nas investigações. “A CPMI é colegiada, e será a maioria que decidirá quem será convocado. Quem for citado, certamente será chamado para prestar esclarecimentos. Mas não vamos pré-julgar ninguém. Existe um esquema criminoso contra os mais pobres, e não podemos proteger ninguém”, argumentou.
ENTENDA
A CPMI vai apurar as fraudes que atingiram aposentados e pensionistas, envolvendo descontos indevidos em benefícios previdenciários. Entre as entidades citadas está o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). Ayres afirmou que a comissão não ficará restrita às investigações já conduzidas pela Operação Sem Desconto e pela Controladoria-Geral da União (CGU), podendo avançar em novas frentes, incluindo a análise de operações de crédito consignado.
POSTURA INDEPENDENTE
O relator disse não ter recebido orientações políticas para sua atuação, reforçando que sua indicação contou apenas com o pedido de responsabilidade feito pelo presidente da Câmara, Hugo Motta. Questionado sobre pressões políticas, Ayres negou qualquer interferência até o momento e destacou sua disposição ao diálogo com todos os membros da comissão, tanto de governo quanto de oposição. “Me considero independente. Tenho muito orgulho de ser do Republicanos, mas atuo de forma equilibrada. Já votei contra o governo em alguns temas, mas também contra a direita em outros. O importante é investigar fatos, não pessoas”, pontuou.
AVALIAÇÃO DO GOVERNO E TEMAS NACIONAIS
Na entrevista, Ayres também avaliou o terceiro mandato do presidente Lula da Silva (PT) como aquém das expectativas, apesar de reconhecer que o Congresso tem dado respaldo a pautas importantes do Executivo, como a reforma tributária e o pacote fiscal. O parlamentar também classificou como “absurda” a postura do deputado Eduardo Bolsonaro (PL) em atos nos Estados Unidos e considerou exageradas algumas penas aplicadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ressaltando que esse é um tema a ser tratado no âmbito do Judiciário.
ELEIÇÕES 2026
Ao ser questionado sobre a posição do Republicanos em relação à disputa presidencial de 2026, Ayres destacou que a legenda tem como principal liderança o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, mas ponderou que ainda é cedo para definir qual será a estratégia partidária.
Redação
Portal CT é um espaço de comunicação apartidário, focado na cidadania e comprometido com o desenvolvimento regional.