“Não temos atualizações, nenhuma resposta, nada. A única coisa que recebemos é que está em investigação com o pessoal da inteligência”, afirmou Cleide de Oliveira.
O crime aconteceu por volta das 7h do dia 15 de junho de 2024, em Formoso do Araguaia, região sudoeste do estado. Sidiney era contratado pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), ligado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Ele foi baleado a tiros na porta de casa e morreu no local. “Meu pai que encontrou o meu irmão caído no chão, quando fui ver o que tinha acontecido, ele [pai] estava em estado de choque e disse que viu apenas o Sidiney caindo na porta da minha casa”.
As equipes do serviço de saúde da cidade foram chamadas e uma ambulância foi até a casa, mas os socorristas apenas constataram a morte. A Polícia Militar e a perícia também estiveram no local na época do crime.
“Minha família está em pedaços, incompleta. Meu pai não aguentou e desenvolveu ansiedade e depressão, e foi embora daqui [cidade] com a minha mãe, a família toda. Restou apenas eu, na casa onde meu irmão [Sidiney] foi morto”, contou Cleide de Oliveira.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que as investigações sobre a morte do brigadista Sidiney seguem em andamento por meio de uma força-tarefa composta pela 84ª Delegacia de Polícia de Formoso do Araguaia e pela 3ª Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Gurupi (veja a nota completa abaixo).
Pedido de federalização do assassinato
Porém, segundo Cleide de Oliveira a solicitação foi indeferida.
“Entregamos uma cópia de um pedido de federalização feito pelo Ibama, em que não sei explicar o motivo pelo qual esse pedido foi realizado. Mas não foi aceito ou não, acharam que não houvesse necessidade, mas não fomos informados o motivo”, afirmou a irmã.
Em julho de 2024, o Ibama também chegou a pedir a federalização do caso junto ao Ministério da Justiça. O g1, na época, questionou o Ministério da Justiça sobre o pedido, mas não teve resposta.
O Ministério voltou a ser questionado nesta segunda-feira (11), mas não respondeu até a última atualização desta reportagem.
Pilar da família
Casado e pai, Sidiney de Oliveira era ambientalista e brigadista experiente contratado do programa Prevfogo. Ele atuava no combate a incêndios florestais, em defesa da região da Ilha do Bananal e dentro dos territórios indígenas do Parque Nacional do Araguaia.
Conforme Cleide, o irmão era o pilar e o suporte da família. “Ele era muito alegre, o tempo todo, muito carinhoso, ele gostava de estar presente em tudo, amava a profissão dele e queria cuidar de tudo, o meu irmão amava ser brigadista era a vida dele”.
Sidiney nasceu em Crixás (GO), mas morava no interior do Tocantins com a família, e era o filho mais velho entre quatro irmãos. O brigadista deixou quatro filhos e a esposa, segundo a irmã.
“Quando meu irmão foi morto ele não sabia que seria pai novamente, a esposa dele estava grávida, mas não sabia, e após o crime que descobrimos. Ela [esposa], não aguentou morar na mesma casa que eles viviam e foi embora daqui [cidade]”, relatou.
Relembre o crime
No dia do crime, Sidiney de Oliveira foi encontrado caído pela irmã. Ela relatou ter ouvido duas ”explosões” e ao chegar à porta da casa viu um homem caído perto do portão.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a investigação apontou que a arma utilizada foi uma espingarda cartucheira. Os tiros foram disparados de uma casa abandonada que fica em frente ao local que o brigadista estava.
Um vizinho relatou à polícia que antes de amanhecer, viu uma motocicleta parada na esquina. Nela estava um homem de jaqueta e capacete observando o local.
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Íntegra da nota da Secretaria da Segurança Pública
A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP/TO) informa que seguem em andamento as investigações sobre a morte do brigadista Sidiney de Oliveira Silva. Os trabalhos estão sendo conduzidos por uma força-tarefa composta pela 84ª Delegacia de Polícia de Formoso do Araguaia e pela 3ª Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Gurupi.
Estão sendo realizadas diversas diligências e representações, além da oitiva de possíveis testemunhas. A SSP/TO reforça que todos os esforços estão sendo empregados para a completa elucidação do caso.
Mais informações serão divulgadas em momento oportuno.