“Aliviada, mas também preocupada. Graças a Deus ele está em casa, porque ele nasceu de novo. E Deus deu uma nova chance para ele, e eu sou muito grata a Deus e todo mundo que orou por ele”, contou em entrevista à TV Anhanguera.
Bruno sofreu queimaduras de 3º grau na região dos braços, pernas, abdômen, costas e rosto. Ele foi levado consciente para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na segunda-feira (28), conforme a Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Eduardo Pereira Barros e a mãe Mikaelle Bezerra Barros — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Segundo Mikaelle, após a explosão, o filho entrou na casa e correu para o banheiro. Sem saber o que tinha acontecido foi atrás do menino e viu a pele queimada.
“Foi um desespero. Quando ele saiu [do banheiro] que eu vi essa parte do corpo dele descendo, as peles. Aí eu fiquei assustada, a vizinha veio, nós botamos um pano em cima dele, eu não sabia o que fazer com ele, liguei para o meu pai desesperada e a gente foi com ele para a UPA. Na hora que a gente estava indo dentro da ambulância, porque ele estava querendo apagar, ele queria tipo fechar os olhos, falei pronto, ele não está bem. E os batimentos dele estavam acelerados”.
Imagens do circuito interno de uma das casas registraram a explosão e o momento em que o menino Eduardo saiu correndo com a cabeça e parte do corpo em chamas. Nesse momento, Fernando Augusto Dias, gerente de um posto de combustível, aparece tirando a camisa para abafar o fogo no corpo da criança.
Eduardo ficou internado na ala infantil do Hospital Geral de Palmas (HGP) e recebeu alta na última quarta-feira (6). A previsão é que o menino retorne ao médico para passar por uma consulta com o cirurgião plástico nesta quarta-feira (13), segundo a família.
Eduardo Pereira Barros está internado no Hospital Geral de Palmas — Foto: Arquivo pessoal/Bruno Vale
Enquanto isso, a família pede ajuda para conseguir comprar os materiais usados no tratamento do menino. Segundo o tio, Bruno Barros do Vale, até a temperatura do ambiente impacta na recuperação de Eduardo.
“Depois do dia 13 a gente vai saber como é que vai ser o procedimento para a frente. Repouso total, não pegar sol, ficar sempre no ar-condicionado, né? Na frieza, não pode pegar sol, porque esses dias mesmo ele esteve passando mal, por causa do ventilador. Aí esses dias ele teve uma recaidazinha, estava dando uma febrezinha, uma moleza no corpo”, contou.
‘Hoje estou sem o meu marido’
Em entrevista ao g1, a esposa de Bruno, Patryane Oliveira, contou o que aconteceu no dia do acidente e falou sobre o perigo de manusear álcool e fogo. Segundo ela, o marido tinha chegado em casa e ido até uma distribuidora para comprar cerveja. Lá ele encontrou o amigo, que estava fazendo aniversário, e o chamou para fazer um churrasco.
Durante o churrasco, um dos filhos de Patryane estavam brincando com o vizinho, Eduardo Pereira Barros. Ela conta que saiu para pegar o arroz dentro da casa e ouviu o barulho.
“Eu faço um apelo para as pessoas tomarem cuidado com isso porque é uma prática que não deve ser feita, entendeu? Parece que é comum, que muita gente faz, que não tem nada a ver, mas é muito perigoso, muito perigoso mesmo. Hoje eu estou aqui com meus dois filhos para criar e sem o meu marido. É difícil a situação. E ver o quanto ele sofreu com isso e o quanto a família está sofrendo por esse acidente. Acho que ele não percebeu. Ninguém esperava isso, né?”, contou.
Bruno Demetrio Chaves morreu após ter 70% do corpo queimado em explosão de churrasqueira — Foto: Patryane Oliveira/Arquivo pessoal
Segundo a esposa, a saúde do marido foi complicando com o passar dos dias enquanto ele estava internado no HGP. Ela explicou que Bruno teve o pulmão e as vias aéreas comprometidas e o rim parou de funcionar.
“No dia 27, à noite, depois que eu saí [do hospital], ele teve uma parada cardíaca e pela manhã teve outra. E naquela tarde [do dia 28], ele teve mais uma, que foi a que ele não resistiu”.
Patryane contou que o amigo de Bruno explicou o que teria provocado o acidente. Segundo o relato, o marido teria colocado um pouco de álcool na tampa do galão, mas teria deixado o vasilhame aberto. Bruno jogou o álcool de longe, mesmo assim ocorreu uma grande combustão e o fogo pegou nele.