Os mandados foram cumpridos na manhã desta terça-feira (29), em endereços de Palmas, Araguaína, Paraíso do Tocantins e Brasília (DF), em ações da Operação Vapor Malus. Os locais são endereços de investigados e tabacarias que estariam vendendo produto ilegal.
Conforme decisão da 4ª Vara Criminal da Justiça Federal, que autorizou a operação e que o g1 e a TV Anhanguera tiveram acesso, a Polícia Federal recebeu uma informação de que tabacarias da capital estariam vendendo os cigarros eletrônicos. Em um deles, o responsável era um dos investigados alvos da ação desta terça-feira.
O nome dos investigados não foi divulgado e o g1 não conseguiu contato com a defesa deles.
Um mandado de busca já havia sido cumprido na casa deste investigado, que mora em Palmas, momento em que os policiais encontraram e 1,7 mil cigarros eletrônicos, que tinham um valor médio de R$ 100. Após a apreensão, ele continuou com a venda dos cigarros.
Com o curso da investigação, a polícia apontou que o suspeito também usava, além de uma empresa com seu registro, o nome da esposa e da sogra como ‘laranja’ para ocultação e dissimulação dos valores obtidos com o comércio ilegal de cigarros eletrônicos.
Também foi apurado que o esquema teria movimentado quase R$ 5 milhões, entretanto a comprovação de renda do casal não era compatível com o estilo de vida que levavam. Para demonstrar isso, a polícia identificou que eles pagam aluguel de casa de alto padrão e possuem veículos de luxo, como uma moto avaliada em mais de R$ 43 mil e um carro de R$ 261 mil.
O dinheiro teria sido acumulado o valor milionário por meio de créditos de pequenos valores, abaixo de R$ 1 mil, o que indica a venda dos cigarros eletrônicos, segundo a polícia.
Com a quebra do sigilo bancário dos suspeitos, autorizada pela Justiça Federal, o suspeito de Palmas teria feito diversos pagamentos aos outros investigados, o que configurou para a polícia que se tratavam dos fornecedores dos cigarros eletrônicos.
No total, os mandados foram cumpridos contra quatro suspeitos e três tabacarias, em que a Justiça Federal autorizou a apreensão de produtos e eletrônicos para o andamento das investigações.
Os alvos poderão responder pelos crimes de importação, comercialização e armazenagem de mercadoria proibida e associação criminosa. As penas somadas podem ultrapassar oito anos de prisão.
Produto proibido
No Brasil, vender, importar e fazer propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009.
Conforme a Resolução n° 855/2024 da Anvisa, também é proibido o uso de cigarros eletrônicos em ambientes coletivos fechados, sejam eles públicos ou privados.
Cigarros eletrônicos encontrados durante operação da Polícia Federal — Foto: Divulgação/PF