Após receber alta médica nesta sexta-feira, 11, o prefeito afastado de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), passou a cumprir prisão domiciliar determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin após o gestor sofrer um infarto agudo do miocárdio enquanto estava detido no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Tocantins (QCG), em Palmas.
Conforme explicou o advogado de defesa Juvenal Klayber à Gazeta na tarde desta sexta-feira, durante a prisão domiciliar Eduardo está sujeito a diversas restrições:
- Visitas restritas: Apenas advogados constituídos nos autos podem visitá-lo durante a semana. Familiares estão autorizados a visitá-lo apenas aos finais de semana.
- Comunicação limitada: Ele está proibido de manter contato com os demais investigados no processo.
- Sem acesso a redes sociais ou telefone: O uso de celular e redes sociais está vetado durante o cumprimento da medida.
- Proibição de entrevistas: Eduardo não poderá conceder declarações à imprensa.
- Saídas controladas: Só poderá deixar a residência em casos médicos, urgência policial ou outras situações excepcionais — todas mediante autorização expressa do STF.
Klayber informou ainda que a equipe de defesa já articula medidas para tentar revogar a prisão preventiva. “A próxima etapa será tentar revogar o decreto de prisão preventiva que permanece em vigor”, disse.
Estado de saúde
Eduardo Siqueira foi internado no Hospital Geral de Palmas (HGP) na madrugada da última terça-feira, 8, após sentir fortes dores no peito. O diagnóstico foi de angina instável de alto risco. Ele passou por um cateterismo que revelou obstrução significativa na artéria principal do coração. A equipe médica optou pela realização de angioplastia com implante de stent, procedimento que foi bem-sucedido.
Segundo o boletim médico divulgado na manhã desta sexta-feira, o prefeito afastado teve “evolução clínica favorável” e foi considerado apto a continuar a recuperação em casa. “O paciente apresentou boa resposta ao tratamento instituído”, afirmou o cardiologista Andrés Sánchez.
Contexto da prisão
Eduardo está preso preventivamente desde o dia 27 de junho, no âmbito da Operação Sisamnes, que apura um suposto esquema de vazamento de informações sigilosas oriundas do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A investigação envolve ainda o advogado Antônio Ianowich Filho e o policial civil Marco Augusto Velasco Nascimento Albernaz — ambos seguem presos.
A decisão do ministro Zanin que autorizou a prisão domiciliar considerou pareceres médicos apresentados anteriormente à internação hospitalar. O afastamento do cargo público, proibição de contato com os demais investigados e impedimento de deixar o país seguem em vigor.