O prefeito afastado de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), foi submetido a uma angioplastia coronariana de emergência na madrugada dessa terça-feira, 8, após sofrer um infarto agudo do miocárdio enquanto estava custodiado no Comando-Geral da Polícia Militar do Tocantins.
Segundo boletim médico oficial do Hospital Geral de Palmas (HGP), exames apontaram elevação expressiva nos marcadores cardíacos – CK-MB e troponina – o que confirmou o diagnóstico de infarto sem supradesnivelamento do segmento ST, um quadro grave que exigiu rápida intervenção médica.
O que é a angioplastia?
A angioplastia é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo feito para desobstruir artérias coronárias entupidas. Utiliza-se um pequeno balão acoplado a um cateter, que é inserido por uma artéria do braço ou da perna até alcançar o local da obstrução. O balão é inflado no ponto crítico da artéria, esmagando a placa de gordura que impede o fluxo sanguíneo.
Para manter o canal aberto e evitar que a artéria se feche novamente, é implantado um stent – uma pequena malha metálica em forma de mola – que serve como suporte interno.
Como foi o caso de Eduardo?
Eduardo apresentou sintomas clássicos de angina instável: dor torácica intensa, sudorese, náuseas e mal-estar. Após exames que confirmaram a obstrução significativa na artéria principal do coração, ele foi encaminhado com urgência para a hemodinâmica do HGP, onde passou pelo cateterismo e, em seguida, pela angioplastia com implantação de stent.
De acordo com o cardiologista Andrés Sánchez, que acompanhou o procedimento, o prefeito “ficou tranquilo durante todo o processo, foi estabilizado e depois transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permanece sob vigilância”.
Por que o procedimento foi urgente?
Segundo o cardiologista intensivista Wallace André Pedro da Silva, quando há obstrução de mais de 70% em uma artéria coronária, o risco de infarto aumenta significativamente. A angioplastia é indicada nesses casos para restaurar o fluxo sanguíneo ao coração e evitar complicações, como arritmias graves e morte súbita.
Se o bloqueio for total, ocorre o infarto com supradesnivelamento (IAM com supra), exigindo ainda mais urgência. Quando é parcial, como no caso de Eduardo, classifica-se como IAM sem supra ou angina instável – mas o risco continua elevado.
Quais são os riscos e o tempo de recuperação?
As primeiras 48 a 72 horas após o infarto são críticas. Eduardo está estável, consciente e sendo monitorado na UTI. Caso não haja intercorrências, a expectativa é de cinco a seis dias de internação.
Apesar da melhora, o período pós-infarto exige cuidados contínuos e reabilitação, já que o coração pode apresentar fragilidade temporária e risco de arritmias.
Prisão domiciliar
Também nesta terça-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu prisão domiciliar a Eduardo Siqueira Campos, levando em conta seu estado de saúde. A decisão é do ministro Cristiano Zanin, e a transição para o novo regime de custódia ocorrerá após a alta hospitalar.